O que fazer em Caeté: roteiro religioso e de aventura

Parar na Praça da Matriz para ver o movimento dos locais é perceber que mesmo um sábado, tem cara de final de tarde no domingo. Há poucas pessoas na rua e elas andam sem pressa, uma brisa geladinha bate no rosto indicando que estamos num vale que tem cara de serra e as construções do entorno, seja a belíssima Igreja Matriz Nossa Senhora do Bom Sucesso ou o coreto no meio da praça, ainda estão num excelente estado de conservação.

A cidade que foi um dos palcos da guerra dos emboabas, foi oficialmente fundada no ciclo do ouro, mesma época em que suas principais igrejas e seu casario colonial foi construído. Além do apelo histórico, ainda há muito o que ver por lá: a natureza é exuberante e também há opções de passeios para os mais aventureiros.

O que fazer em Caeté

Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso

No pequeno centro histórico fica a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso. Bela, imponente e super bem conservada. Seu estilo arquitetônico possui características de transição do barroco para o rococó. Ela possui bastante iluminação natural, que compõe ainda mais o cenário e também é considerada a primeira de Minas construída em alvenaria.

Há ainda relatos do século XVIII que contam que a planta da matriz teria sido feita e doada por Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho.

 Igreja Matriz de Nossa Senha do Bom Sucesso em Caeté
Igreja Matriz de Nossa Senha do Bom Sucesso

Santuário Nossa Senhora da Piedade na Serra da Piedade

Seja para reforçar a fé, para fazer um pedido, agradecer ou apenas para observar uma incrível vista da região, a subida até o Suntuário de Nossa Senhora da Piedade vale a pena.

As construções do santuário, na Serra da Piedade estão a 1.783 m de altitude e lá de cima é possível avistar cinco cidades: Belo Horizonte, Caeté, Lagoa Santa, Raposos e Sabará, além de poder conhecer atrativos como:  a Igreja Nova das Romarias, o Cruzeiro, o Observatório Astronômico da UFMG e a Ermida da Padroeira.

A Ermida da Padroeira abriga uma imagem de Nossa Senhora da Piedade, atribuída a Aleijadinho – importante escultor, entalhador e arquiteto da era do Brasil colonial. A santa é a padroeira do estado. A Ermida é o cartão-postal do santuário, construída em 1797 e desde essa data leva inúmeros peregrinos até lá. Além da nave central que abriga essa imagem, há duas capelas laterais, uma de cada lado, uma dedicada ao Sagrado Coração de Jesus e a outra é a capela do Santíssimo Sacramento.

O Cruzeiro fica de frente para a igreja, no outro lado do grande pátio e é uma escultura em ferro que representa  Maria, São João e Cristo crucificado.

Infelizmente durante a minha visita o Observatório Astronômico da UFMG estava fechado, mas é possível visitá-lo mediante agendamento prévio junto a UFMG. Outras informações podem ser obtidas através do telefone (31)3409-5000.

Já a Igreja Nova das Romarias data de 1974 e é uma construção com cara de contemporânea. Tem capacidade para receber 3 mil fiéis e no seu altar há uma imagem de Nossa Senhora da Piedade feita pelo artista Léo Santana.

São permitidas visitas de segunda a sábado das 8h00 às 18h00 e domingos e feriados das 7h00 às 18h00. Os valores cobrados para entrada são: motocicleta: R$ 4,00, carro passeio: R$ 6,00, van: R$ 12,00, micro-ônibus: R$ 18,00 e onibus: R$ 36,00.
Atenção: O pagamento deve ser realizado no caixa da lanchonete, no topo da serra, antes de descer.

Vale saber que o valor pago pelo ingresso é revertido em benfeitorias e na preservação do Santuário.

Santuário Nossa Senhora da Piedade
Santuário Nossa Senhora da Piedade

Distrito de Morro Vermelho e Cachoeira de Santo Antônio

O pequeno distrito de Morro Vermelho, a mais ou menos 12 km de Caeté, esconde uma belíssima jóia: a Cachoeira de Santo Antônio.

Mas antes de falar da cachoeira, precisamos destacar que mesmo sendo apenas um distrito modesto, Morro Vermelho ostenta uma belíssima igreja: a igreja Nossa Senhora de Nazaré. Edificação do século XVIII, foi erguida em forma de agradecimento ao milagre que o português Dom Fuás Roupinho obteve ao ser salvo quando caiu em um abismo, evento ocorrido no século XII. Na pintura do forro da nave da igreja vê-se a representação iconográfica desta lenda.

A Cachoeira de Santo Antônio é de difícil acesso, até para um carro 4×4 e quem escreve isso para vocês é uma blogueira que já maltratou bastante o carro em muitas estradas esburacadas da vida, mas o visual é realmente recompensador. Uma queda de aproximadamente 50 metros desce ininterrupta pelo meio de um paredão rochoso e avermelhado formando um belo lago verde claro. Motos de trilhas conseguem chegar até onde o lago da cachoeira é formado.

Recomendações lidas antes da viagem diziam que eu conseguiria deixar o carro em um descampado e andaria por aproximadamente 1 km até alcançá-la, mas as condições da estrada eram tão precárias que preferi deixar o carro antes e andar por aproximadamente 2,5 km, mas a caminhada é tranquila, na sua maior parte sem inclinação e larga.

A cachoeira faz parte do Parque Nacional da Serra do Gandarela, que possui outros atrativos próximos a Caeté. Veja aqui mais detalhes sobre o Parque Nacional da Serra do Gandarela.

Cachoeira de Santo Antônio
Cachoeira de Santo Antônio

Canela de Ema Adventure Park

Outra opção para curtir aventura é o Canela de Ema Adventure Park, que tem atrativos para toda família. Por lá é possível fazer atividades como canoagem, stand up paddle, arco e flecha, slackline, escalada, rapel, tiro ao alvo, arvorismo, paintball, tirolesas, entre muitas outras. O parque também conta com um restaurante que serve café da manhã e almoço típico mineiro onde a comida é preparada num fogão a lenha. Também é possível degustar um lanche, jantar ou mesmo pedir tira gostos.

O pacote básico para entrar no parque já inclui slackline, trilhas, ponte flutuante e custa R$ 15,00. Pagando esse valor é possível ficar no parque durante todo o período de funcionamento (9h00 às 17h00). Outros pacotes incluindo três atividades e almoço ficam a partir de R$ 130,00. Veja aqui todas as opções de pacotes. (Valores com base no mês de abril de 2019).

Outros atrativos

Infelizmente alguns atrativos estavam fechados durante a minha visita a cidade, mas vale saber que por lá ainda tem os seguintes pontos para serem visitados:

Museu da Cachaça: O museu funciona em um sítio, a 2 km do centro de Caeté reúne quase 10 mil rótulos de cachaça, inclusive a raríssima Monjopina, a primeira marca de cachaça do Brasil, lançada em 1756. É necessário agendamento prévio pelo telefone (31)3651-2024.

Museu Regional de Caeté: Compõem o acervo peças do mobiliário dos séculos XVIII e XIX e também um acervo sacro onde algumas peças possuem traços mais populares e outras mais vistosas.

Solar do Tinoco:  Edificação do século XVIII que depois de ter pertencido ao Barão de Cocais, tornou-se residência dos ex-governadores João Pinheiro e Israel Pinheiro. Destacam-se documentos e fotos dos dois. A construção ainda mantem suas linhas tradicionais.  O local é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA, desde 1980.

Igreja de São Francisco de Assis: A cidade possui duas igrejas dedicadas a São Francisco de Assis, esta que descrevo aqui data do início do século XVIII e lembra a capela de N. Sra do Ó, na cidade de Sabará. É singela, tem a fachada em formato chanfrado e pouca decoração interna.
Igreja de São Francisco de Assis em Caeté
Igreja de São Francisco de Assis

Onde comer em Caeté

Restaurante Mafu

Denominados como restaurante, bar, lanchonete e até pub, essa foi a nossa opção de almoço e também a nossa diversão noturna em nossa visita a cidade. No almoço, podemos desfrutar de um buffet a kilo, onde mesmo às 15h, a comida ainda estava bem fresquinha e a reposição estava sendo feita. Destaque para o filé de peixe frito, super bem temperado, e também para o preço, que foi super em conta.

A noite o local vira a “baladinha” da cidade, lotado e com musica ao vivo, mas com bom atendimento, dá pra se divertir bastante enquanto se ouve musica de bom gosto e experimenta alguns petiscos. Meu drink favorito foi a caipvodka de morango com hortelã.

Onde Ficar em Caeté

A cidade não conta com muitas opções de hospedagens. Segue a lista de opções que recomendamos aqui no blog:

Hotel Real de Caeté
Classificação dos usuários do booking: 8,4
Valor médio da diária: R$ 100,00 para um casal em apartamento duplo
Oferece: Café da manhã incluído no valor da diária, terraço com vista para a Igreja de N. Sra. do Bom Sucesso, Wi-Fi, estacionamento gratuito e é pet friendly.
*Essa foi a minha opção de hospedagem em Caeté, e apesar de singelo, o local é extremamente limpo e os funcionários e o dono, Sr. Reinaldo, dão show de simpatia.

Hotel pousada & Eventos Cassino
Classificação dos usuários do booking: 8,5
Valor médio da diária: R$ 120,00 para um casal em apartamento duplo econômico
Oferece: Café da manhã incluído no valor da diária, recepção 24hs, playground infantil, estacionamento gratuito, wi-fi e é pet friendly.

Tauá Hotel & Convention Caeté
Classificação dos usuários do booking: 8,6
Valor médio da diária: R$ 915,00 para um casal em quarto duplo executivo superior
Oferece: café da manhã, almoço e jantar incluídos no valor da diária, quadra de tênis, parque aquático, spa, discoteca, 3 restaurantes, 2 bares, boliche, campo de futebol, cinema, salão de jogos, clube infantil que incluem atividades de circo, wi-fi e estacionamento gratuito.

**Valores com base no mês de abril de 2019.

***Essas opções de hospedagens podem ser reservados através do Booking.com, que é parceiro aqui do blog, assim ganhamos uma pequena comissão para manter o blog ativo e você não paga nada a mais por isso.

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– Passa Quatro – Terras Altas da Mantiqueira

– Roteiro para conhecer Aiuruoca

Avisos importantes:

– Devido a pandemia de covid-19, muitos dos atrativos citados nesse artigo podem ter interrompido suas atividades temporariamente ou permanentemente, ou mesmo, podem necessitar de agendamento prévio, por isso, indicamos que você entre em contato com a propriedade antes da visita para confirmar os horários de funcionamento e regras de visitação.

– Os valores citados ao logo desse artigo (caso haja), podem ter sofrido alteração desde a data de nossa última visita.

– Essa página contém link de afiliados, mas não nos responsabilizamos pelos serviços prestados por empresas, hotéis ou anúncios exibidos ao longo desse texto.

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Débora Santiago
Turismóloga e fotógrafa por profissão e blogueira por vocação. Sócio-fundadora e autora do blog Diário de Uma Viajante desde 2010.
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