A verdade que ninguém te contou sobre viajar com bebês

Já começamos o perrengue na hora de montar a mala. Eu, que normalmente viajava com uma pequena mochila, estava tentando fazer caber na mala do bebê fraldas, lenço umedecido, pomada contra assaduras, roupas para todo o fim de semana.

Fiz o cálculo mental de quantas trocas seriam necessárias, cinco mamadeiras, fórmula para o leite e mais um sem fim de coisas que me fez carregar mais bagagem do que eu levaria sozinha para uma viagem de 15 dias para Europa… No inverno.

E por falar em inverno, o cálculo mental das roupinhas deveria incluir opções para frio e calor. Maldito seja o clima do Rio de Janeiro!

Fato é que viajar com bebê é bem cansativo e limitador, ainda mais se ele tiver acabado de completar um mês, quando resolvemos embarcar na nossa primeira aventura.

E aliás, prepare seus ouvidos para lidar com frases do tipo “ele é tão novinho”, “você poderia ter esperado mais um pouco”, “e se ele ficar doente?” ou “nossa, você é louca”.

O destino não podia ser praia, porque um bebê recém nascido não pode passar protetor solar. Não podia ser no meio do mato, porque um bebê recém nascido também não pode passar repelente. Não poderia ser uma cidade grande pois a logística de se deslocar com um bebê recém nascido entre grandes pontos turísticos aglomerado de pessoas era inviável.

Investimos então numa pequena cidade cheia de fazendas de café no interior do Rio, pois o que poderia dar errado? Muita coisa.

Não havia me atentado que não é só na praia que os bebês precisam de protetor solar, mas em qualquer dia de sol quente. Isso significa que seus passeios terão que ser agendados entre 7h e 10h da manhã ou a partir das 16hs da tarde, ou então você pode entrar no site do Ali Express e encomendar de uma mini burca.

E se no meio do tour guiado, aquele bem caro, seu bebê começa a chorar?! Você se afasta e perde toda a explicação, claro. Afinal você não quer incomodar os outros pagantes.

Não contente resolvi fazer uma outra viagem dois meses depois, dessa vez para um outro Estado, para passar uma semana. Nem vou comentar o tamanho da mala, mas a pergunta que não quer calar é: se o bebê só pode despachar um item, como que se leva, carrinho, banheira, bebê conforto (afinal é obrigatório pro deslocamento em veículos) e a malinha, digo, malona do dito cujo?

Nesse caso o bebê certamente fica sem tomar banho e sem segurança no carro, porque vamos e convenhamos que não dá pra ficar 7 dias carregando no colo ou no canguru – outro item que precisa ir na mala – um bebê de 7kgs.

Gente, outra coisa… Não sei se vocês já pararam para pensar que bebê não tem cinto de segurança no avião. Toda aquela frescurada com aquele negócio de “apertem seus cintos” para os adultos e para os bebês o que?! Só imaginei meu filho voando pelos ares na primeira turbulência brusca.

E você, você aí? É você mesmo, que sempre achou que cadeira de avião era apertada? Pois bem, imagine isso com o bebê no colo. Esquece o lanchinho, pois não dá pra abrir a bandeja.

Se você leu esse texto até aqui você está achando que eu não apoio a sua viagem com um bebê, mas você está redondamente enganado. É como dizem por aí “É melhor ter trabalho em Paris do que ter trabalho em casa”. E por aqui nós já estamos programando a próxima viagem!

Ps: O bebê jamais ficou sem banho.

*Ao viajar com a Gol e com a Azul, nenhuma das duas cias tinham cintos disponíveis para bebês.

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Débora Santiago
Turismóloga e fotógrafa por profissão e blogueira por vocação. Sócio-fundadora e autora do blog Diário de Uma Viajante desde 2010.
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3 respostas
  1. A primeirs viagem do Italo foi pra Lindóia… 7h de viagem de carro.. e ele foi super tranquilo… ele tinha 5 meses. Depois fomos para Gramado de aviao ele comn9 meses… tb nao tive problema algum. Levei o carrinho dele ate a porta do aviao e eles gardaram… tudo ok.

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