As casas de Neruda

Oh Chile, largo pétalo, de mar y vino y nieve, ay cuándo, ay cuándo y cuándo, ay cuándo me encontraré contigo, enrollarás tu cinta de espuma blanca y negra en mi cintura, desencadenaré mi poesía sobre tu territorio.” Pablo Neruda.

Traduzindo: “Oh Chile, pétala longa, de mar e vinho e neve, e quando, e quando, e quando, e quando
eu vou te conhecer, você rolará sua fita de espuma preta e branca na minha cintura, vou desencadear minha poesia sobre o seu território” Escreveu Pablo Neruda em um de seus inúmeros poemas de amor ao Chile.

E por isso Pablo Neruda, diplomata, escritor chileno de poesia e ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 1971, escolheu nesse país 03 lugares para ter suas três peculiares casas: La Chascona em Santiago, La Sebastiana em Valparaíso e Isla Negra em El Quisco e atualmente todas elas estão abertas a visitação.

La Chascona

La Chascona fica localizada no boêmio bairro de Bellavista, em Santiago. A casa foi construída em 1953 e homenageia sua terceira mulher Matilde Urrutia. A propriedade tem um “que” de esconderijo visto que inicialmente a mesma servia de porto seguro para seu romance clandestino com Matilde. A palavra “Chascona” significa descabelada, e esse era o jeito carinhoso que Neruda chamava Matilde.

De 1953 a 1955 Matilde viveu no local sozinha, e só após o termino do casamento com sua ex mulher que o poeta então se mudou para lá para viverem juntos até que a morte os separasse.

A Casa museu mostra que Neruda usava os cômodos da casa para expressar sua veia artística e eles remontam a época em que o poeta viveu por lá, cheia de antiguidades trazidas de algumas viagens e outros objetos peculiares.

A visita aos cômodos acontece com o uso de um audioguia que explica nos pormenores o porquê da disposição da maioria dos móveis e ressalta também alguns objetos pitorescos. Um dos itens que me chamou atenção foi um quadro onde Matilde Urrutia é retratada com duas faces de Diego Rivera, que em homenagem ao romance secreto do casal, retrata o perfil de Neruda nos cachos de Matilde.

as Casas de Pablo Neruda no Chile
La Chascona

La Sebastiana

“Sinto o cansaço de Santiago. Quero em Valparaíso uma casinha para viver e escrever tranquilo. Tenho que impor algumas condições. Não pode ser muito em cima nem muito abaixo, deve ser solitária, mas não em excesso. Vizinhos, oxalá, invisíveis. Não deve ver-se nem escutar-se. Original, mas que não seja incômoda. Nem muito grande, nem muito pequena. Longe, mas próxima da movimentação. Independente, mas com comércio próximo. Além do mais, tem que ser muito barata. Acredita que pode encontrar uma casa assim em Valparaíso?” escreveu Pablo Neruda a suas amigas Sara Vial e Marie Martner em busca de uma casa em Valparaíso em 1959.

E a casa encontrada por suas amigas era de um arquiteto chamado Sebastião Collado, que faleceu 10 anos antes, em 1949, deixando a construção inacabada. Neruda então comprou a casa que passou 03 anos em construção, e em 1961 inaugurou-a e e nomeou-a La Sebastiana, em homenagem ao antigo dono.

Assim como a casa de Santiago, La Sebastiana é decorada com objetos e mobiliário inusitado e um audioguia também conduz o visitante pelos 05 andares da casa contando curiosidades da vida de Neruda e sua vida de farra e festa.

Quer saber mais sobre Valparaíso? Visite o post Bate e volta em Valparaíso

as Casas de Pablo Neruda no Chile
Vista de La Sebastiana para Valparaíso

Isla Negra

Infelizmente não pude conhecer a casa de Isla Negra pessoalmente mas espero ainda voltar no Chile para completar esse passeio e também esse post. De qualquer maneira, para quem quiser saber mais sobre essa casa, deixo aqui um post da Dayana do Lole Pocket: Visitando Isla Negra por conta própria!

Obs: Não é permitido fotografar dentro das casas-museus.

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Avisos importantes:

– Devido a pandemia de covid-19, muitos dos atrativos citados nesse artigo podem ter interrompido suas atividades temporariamente ou permanentemente, ou mesmo, podem necessitar de agendamento prévio, por isso, indicamos que você entre em contato com a propriedade antes da visita para confirmar os horários de funcionamento e regras de visitação.

– Os valores citados ao logo desse artigo (caso haja), podem ter sofrido alteração desde a data de nossa última visita.

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Débora Santiago
Turismóloga e fotógrafa por profissão e blogueira por vocação. Sócio-fundadora e autora do blog Diário de Uma Viajante desde 2010.
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8 respostas
  1. “Vinte poemas de amor e uma Canção desesperada” – Poema N° 10, de Pablo Neruda. São os meus preferidos. Em saraus literários que participava sempre recitava algum dos 20 ! Ainda não conheço o Chile, e esse post, em específico, me deixou com mais e mais vontade de ir pra lá! Vou ler todos os outros pra ir montando meu roteiro! Muito boas as dicas. Adorei! Beijinhos

  2. Na minha viagem ao Chile anos atras vivia um estilo muito econômico e acabei nao visitando por dentro nenhuma das casas. (Tb nao era muito ligada a museus e artes).
    Quero muito voltar e apresentar à Mariana essas preciosidades.

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